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Mediunidade como benção

Por Ivani Vaitkunas.


A mediunidade não é exclusiva de algumas pessoas. Todas as criaturas a possuem, pois é uma faculdade da alma, inerente ao homem, não é privilégio de uns ou de outros.


A maioria das pessoas crê que médium é somente aquele que se comunica com espíritos através da fala e da visão ou que trabalha com a mediunidade curando ou aliviando aqueles que o procuram ou, ainda, acreditam que médium é somente aquele que dá passividade aos desencarnados. Na verdade, médiuns somos todos nós que, consciente ou inconscientemente, registramos ideias e sugestões dos Espíritos, externando-as, muitas vezes, como se fossem nossas.


Sabemos que existem médiuns com tarefas definidas, tarefas que muitas vezes causam alguns sacrifícios aos médiuns que, acima de tudo, submetem-se a exigências de uma moral impecável, de resignação maior e de humildade mais rigorosa do que a maioria das pessoas.


É importante fazer aqui um alerta, dizer que ninguém deve forçar o desenvolvimento de uma ou outra faculdade mediúnica, tudo deve ser espontâneo, e também que nenhuma faculdade mediúnica é melhor ou pior que a outra.


A maioria dos médiuns recebe no plano espiritual a mediunidade de prova, que é uma grande oportunidade de resgate e reajustes, mas infelizmente muitos interrompem o trabalho mediúnico antes da hora; poucos o preservam até o fim da existência. Fracassam no que haviam proposto fazer no plano espiritual, uns por vaidade, outros por ambição e, ainda muitos por problemas familiares, excesso de compromissos ou mesmo até comodismo. Perdem assim a oportunidade.


Mas os que seguem em frente na tarefa a que se propuseram não devem se orgulhar por serem médiuns, porque não são médiuns por serem bons, mas sim por comprometimento ou necessidade de reajustes com a vida. É uma grande oportunidade de resgate e aprimoramento.


Portanto, a mediunidade não é um problema, é uma benção! Uma grande oportunidade de servir ao próximo e colaborar na Seara de Jesus.


Os médiuns precisam aceitar a sua tarefa com coragem, alegria e amor.


É importante ao médium educar-se, dedicar-se mais ao próximo e ao dom de servir, encontrando, assim, na mediunidade um vasto campo de trabalho, tanto no campo espiritual como no material.


Lembrando que o médium é um ser humano que ainda possui fraquezas e imperfeições que podem atrapalhar sua tarefa, mas que, com humildade, coragem e trabalho e tendo como guia e exemplo o Evangelho de Jesus, vencerá as suas tendências inferiores.


O médium que trabalha para o Mestre Jesus, procurando dar exemplo de tolerância, bondade e sem qualquer interesse pessoal, está trabalhando também a sua reforma interior.


Não seria isso uma oportunidade de aprimoramento? Uma benção?

Quanto bem a fazer, quantos irmãos precisando de ajuda e quantos médiuns com mediunidade desequilibrada, sem ânimo e coragem de se reposicionarem... Sejam médiuns do bem, tenham fé, acreditem em vocês e nos benfeitores e, acima de tudo, n’Aquele que olha por todos nós: o Mestre Jesus. Sirvamos aos próximos mais próximos e a todos que precisarem com boa vontade e humildade.


Encarar a mediunidade tarefa como uma benção. Procurar vivenciar as lições evangélicas renovando a própria existência, gradativamente, elevando sempre o padrão mental, domando as inclinações inferiores e praticando sempre o exercício da humildade. Tudo isto é inerente ao médium, que também deve procurar aumentar o seu conhecimento, instruindo-se e, ao mesmo tempo, como Jesus nos ensinou, amando seu próximo como a si mesmo. Deve o médium estar sempre disposto a aprender e pronto para servir.


Você, trabalhador de Jesus, não desperdice a oportunidade de trabalhar para seu semelhante, seja como médium de cura ou de trabalhos espirituais ou mesmo de apoio ao próximo. Aproveite o dom que Deus lhe deu, faça bom uso da faculdade que lhe foi concedida e faça dela um instrumento não só para ajuda de si mesmo, mas da Humanidade.


Huberto Rohden em seu livro O Sermão da Montanha cita: “a verdadeira grandeza e felicidade do homem está no fato de ele se saber e sentir Servidor de algo superior a ele”, e também, “só é realmente senhor, aquele que voluntariamente se faz servidor”. E então compreenderá a verdade oculta nas palavras do Mestre: “Há mais felicidade em dar do que em receber”.

(Publicado na 6ª edição do Jornal Fraterno Maria de Nazaré, em junho-julho de 2016.)

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